Pular para o conteúdo principal

Os preceitos e origem dos fundos sustentável ESG

 Por: Joaquim Carlos Carlos



Os fundos baseados em índices ESG são atualmente os que mais têm crescido e ganhado atenção do mercado, principalmente pela sua filosofia

Os fundos sustentáveis EGS (do inglês Environmental, Social & Governance) representam um índice composto por ações de empresas, que além do engajamento para aumentar seus lucros, seguem padrões ambientais, sociais e de governança corporativa, em prol da sustentabilidade ao longo do tempo. O investimento sustentável é o segmento que mais tem crescido na indústria de capitais do mercado financeiro.

Os investidores que escolhe as empresas participantes de um índice EGS, estão tomando decisões de investir de forma socialmente responsável socialmente responsável, ou seja, levar em conta fatores ambientais, sociais e de governança corporativa, que juntos ou separados exercem de forma direta ou indireta, influência interna ou externa nas empresas. Os fatores ESG abrangem diversas questões, tais como as emissões de carbono, o impacto ambiental das empresas, a cidadania corporativa, a ética, o desenvolvimento de capital humano, a gestão de resíduos, gestão de água e o uso de outros recursos ambientais.

O interesse pelo investimento sustentável surgiu no final dos anos 90, com o movimento do Investimento Socialmente Responsável (ISR), que foi o precursor para Criação de uma série de critérios: negativos ou positivos, para serem utilizados nos título negociado em bolsa. A partir deste movimento, surgiu um investimento denominado “ investimento de impacto ”, que tem como objetivo financiar projetos com efeitos positivo mensuráveis em objetivos ambientais ou sociais bem definidos.

O MSCI KLD 400 Social Index foi criado em 1990, pela Morgan Stanley Capital International (MSCI), desenvolvido para adicionar a carteira apenas às companhias com alto padrão ESG, sem aquelas com produtos que podem ocasionar impactos negativos para o social e para o meio ambiente, como a indústria do álcool, carvão, tabaco e armas.

Nessa perspectiva, o investidor, quando escolhe para investir, companhias com boas práticas administrativas, sociais e de sustentabilidade, podem evitar perdas financeiras ocasionadas por disputas trabalhistas ou multas por danos ambientais, gerando valor ao longo prazo para o acionista e, por conseguinte, stakeholders e a sociedade.

Hoje em dia, segundo Lucas Gimenez da Redventures.Com (2020), as empresas têm enfrentado muitas exigências de seus stakeholders, principalmente em relação à transparência sobre sua relação com o meio ambiente, sua relação com a sociedade e colaboradores e sobre a ética nos negócios. Adicionalmente, a implementação recente de reformas governamentais também têm condicionado o movimento pela sustentabilidade.

O Dow Jones Sustainability TM World Enlarged Index ex Alcohol, Tobacco, Gambling, Armaments & Firearms and Adult Entertainment, é um índice de investimento de impacto que compara as empresas com melhor classificação de cada indústria, segundo os fatores ESG, com um critério negativo em um determinado universo.

Existem alguns ETFs (Exchange-Traded Fund) que que replicam os índices ligados a sustentabilidade e governança corporativa. Atualmente, são sete índices ligados a essa temática: Índice Carbono Eficiente (ICO2); Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE); Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada (IGC); Índice de Governança Corporativa Trade (IGCT); Índice de Governança Corporativa – Novo Mercado (IGC-NM); Índice de Ações com Tag Along Diferenciado (ITAG); e Índice CDP Brasil – Resiliência Climática (ICDPR-70).

Esse mercado é muito promissor, estima-se que em 2018, globalmente foram movimentados pelo menos US$ 30,7 trilhões em aplicações sustentáveis ou ecológicas, de acordo com a Aliança Global para Investimentos Sustentáveis. No Brasil, a oferta desses produtos ainda encontra-se em desenvolvimento, mas o país já conta com 3 ETFs: Índice Carbono Eficiente (ICO2): tem por finalidade estimular as empresas, muitas delas de setores mais tradicionais da economia, a se prepararem para um futuro de baixo carbono; Índice de Governança Corporativa (IGCT): fundamental para que o mercado de capitais atraia novos investidores, preocupados com a ética nos negócios; e Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE): funciona como uma “vitrine” para as empresas.

O desenvolvimento desse setor tende a ganhar muito espaço no país nos próximos anos, por ser um dos signatários do Acordo de Paris, o Brasil tem por meta investir US$ 152 bilhões até 2030 para a recuperação de florestas e pastagens degradadas, além de aumentar a participação das fontes renováveis na matriz energética. As exigências recentes da União Européia para firmar o acordo com o Mercosul, também devem influenciar em melhores práticas de governança e sustentabilidade. Enfim, é uma temática que merece atenção, pela sua importância socioambiental e econômica.


PARA SABER MAIS SOBRE A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA PRÁTICA, ACESSE O LINK DO MEU LIVRO:




Comentários