Como fazer a composição de uma carteira de investimentos

 Escolher como e onde colocar seu dinheiro no cenário atual não é uma tarefa fácil, com cada vez mais poucas opções que oferecem retorno razoável



Investir ainda não é uma cultura consolidada entre os brasileiros, apesar de uma parcela da população ter a poupança como uma opção para juntar ou guardar dinheiro, essa modalidade não pode ser considerado como uma forma de investimento nos dias atuais, pois sua remuneração fica bem abaixo da inflação, com a Selic a 2%, além de não ter liquidez diária e seu índice de rendimento é fixo e atrelado a taxa Selic, no caso, quando a taxa Selic for igual ou menor a 8,5% seu rendimento será equivalente a 70% da taxa Selic mais a taxa referencial (TR), sendo maior que 8,5% será 0,5% ao mês mais TR.

A taxa Selic é um índice de referência do Banco Central do país usada para liquidação e custódia dos títulos públicos federais emitido pela união, além de servir de base para remunerar outros diversos títulos de investimentos e financiamentos, ou seja, é usado para o cálculo ou como referência de outros índices, como exemplo, os Certificados de Depósitos Interbancário conhecido como CDI ou simplesmente taxa CDI, que trata-se de uma taxa que lastreia as operações interbancárias entre os bancos, tão com serve como índice de remuneração de alguns fundos de investimentos de renda fixa e Certificados como um CDB - Certificado de Depósito Bancário, que é uma versão pessoa física do CDI, nessa situação os bancos toma dinheiro emprestado do consumidor final.

Um bom investimento precisa ter um rendimento anual acima da inflação, assim o seu investimento terá um ganho real de capital, já que o capital investido obteve um retorno descontado a perda de valor do capital inicial aplicado durante o período. Não é porque um determinado tipo de investimento oferece uma taxa de retorno que significa que seu capital obteve ganho, isto porque é preciso considerar a inflação durante o período que o capital inicial foi aplicado, e só depois de descontada a taxa de inflação e imposto de renda (IR), é possível saber se o tipo de investimento obteve ganhos ou perdas.

A infração é o nome dado ao aumento dos preços de produtos e serviços. Ela é calculada pelos índices de preços, comumente chamados de índices de inflação. O IBGE produz dois dos mais importantes índices de preços: o IPCA, considerado o oficial pelo governo federal, e o INPC.

Nesse contexto, é imprescindível que observamos não só a taxa de rendimento de um determinado tipo de aplicação financeira, mas também se está supera a inflação, sem o qual o seu capital não obterá ganho durante o tempo, mas sim perdas!!. Vale lembrar também que é preciso sempre acompanhar as aplicações com índice referenciados sujeito a alterações constantes.

Uma pessoa que tem uma vida financeira saudável usar até 30% de seu salário para fazer investimentos, que no futuro servirão para comprar um bem de grande valor, como um imóvel ou automóvel, começar um negócio próprio, aposentadoria, reserva de emergência, custear faculdade ou pós-graduação, intercâmbio cultural ou para estudo, além de garantir a estabilidade financeira. Para quem não consegue reservar os 30% do salário, começar com 10% já é um bom caminho, desde que não comprometa as demais despesas. Como guardar dinheiro para investir ainda não é uma cultura arraigada na população brasileira, quem já faz ou vai começar precisa entender um pouco como funciona o mercado, principalmente as taxas cobradas e usadas para remunerar o capital.

Com a taxa Selic no nível atual de 2% os tipos de títulos de investimentos em renda fixa deixaram de ser atraentes, além de ter rendimento negativo quando descontado a inflação. E como e onde um investidor iniciante ou conservador deve investir no cenário atual? Para os investimentos em títulos de renda fixa, é preferível os isentos de IR, com de rendimentos superior a CDI ou inflação. Alguns títulos de renda fixa como LC, LCI, LCA e CDBs têm ainda a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), caso a instituição bancária chegue a falência, limitado a uma aplicação de até R$ 250 mil por CPF, ano e instituição.

Como o dinheiro separado para fazer investimentos é supostamente uma quantia que por tese, você não vai precisar dele num primeiro momento, a distribuição de sua carteira de aplicação pode ter atè 30% em títulos de renda variável. Para quem tem um perfil mais agressivo e é maleável ao risco, pode fazer uma exposição maior na renda variável. O importante é ter um portfólio bem diversificado.

Durante um certo período os títulos públicos do tesouro direto foram uma boa opção para fazer investimentos em renda fixa de longo prazo ou de curto, agora os mais atraentes são os ativos onde o valor a ser recebido no vencimento, ou nos pagamentos de juros, é pré-determinado em forma de uma taxa de juros, mas também corrigido por um índice de inflação, normalmente o IPC-A ou o IGP-M. Os principais exemplos de títulos desta classe são os papéis Tesouro IPCA com e sem Juros Semestrais. Como o valor a ser recebido no futuro já está definido mas é corrigido, o valor atual do produto flutua conforme mudam as expectativas de taxas de juros de hoje até o vencimento, mas menos do que um produto Pré-Fixado de mesmo prazo.

Diferentemente da LCI, LCA e da poupança, no tesouro direto incide imposto de renda, como também no CDB, com exceção da poupança os demais são título de renda fixa. Os fundos imobiliários pagam rendimentos mensalmente, mas não podem ser considerados títulos de renda fixa, já que sua cotação varia de acordo com o pregão da bolsa de valores, assim como o rendimento é pago conforme o desempenho do fundo e valor da cota.

Para investir em fundos imobiliários é preciso ter uma conta numa corretora com inscrição na bolsa de valores, Ibovespa. Os títulos são vendidos na bolsa e para comprar cobra-se uma taxa de corretagem, e algumas corretoras cobram uma taxa de custódia mensalmente enquanto você o manter, que também é cobrada pela bolsa mas com valor diferente do cobrado pelas corretoras. Nesse tipo de investimento é cobrado imposto de renda apenas sobre a parte que representa a valorização do fundo e no momento da venda do título, apenas dividendos são isentos.

Os fundos multimercado são títulos de renda variável, tem taxa de administração e alguns até de performance, que pode ultrapassar os 20% sobre o rendimento projetado, além do imposto de renda, alguns têm período de carência superior a 30 dias para fazer o resgate, alta oscilação de acordo com índice que é referenciado. Quando o fundo é composto por ações sua valorização está atrelada aos tipos de ações que é referenciado, ou seja, se as ações que compõem o fundo subirem o fundo obtém valorização, já se cair seu desempenho será negativo. É um tipo de investimento considerado de alto risco, indicado apenas para pessoas com perfil agressivo e avessa ao risco.

Ações são títulos negociados na bolsa de valores - Ibovespa, uma ação representa parcelas que compõem o capital social de uma empresa, ou seja, são as unidades de títulos ("papéis") emitidas por sociedades anônimas. Para investir em ações é preciso ter uma conta numa corretora, é cobrado uma taxa de corretagem, taxa de custódia da corretora e uma taxa de custódia da bolsa para manter os títulos. O rendimento da ação é variável de acordo com as oscilações do pregão da bolsa, pagasse imposto de renda sobre o rendimento, o IR é de 20% sobre o rendimento para negociações de valores acima do limite mínimo de R$ 20.000 mil mensais. A corretagem é paga tanto na compra como na venda da ação, mas algumas instituições já disponibiliza esse serviço gratuitamente.


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O investimento em ações é considerado de alto risco, porém é um tipo de investimento que pode proporcionar maior valorização e possibilidade de multiplicação do capital, pode trazer um bom retorno em apenas um único dia, mas também perdas, é no longo prazo que este investimento costuma proporcionar melhor desempenho de valorização dos títulos e rendimento de dividendos. É possível também obter rendimentos através de um ação por meio dos proventos e juros sobre seu capital, que as empresas pagam trimestralmente, semestralmente ou anualmente, sendo que a empresa pode distribuir para os acionistas até 25% do lucro obtido pela empresa durante período apurado.

Investimento em ações é o tipo de investimento que mais tem ganhado adeptos nos últimos dois anos, como os investimentos em títulos de renda fixa e poupança deixaram de ser atrativos, cada vez mais pessoas estão buscando novas opções para obterem rendimentos sobre suas economias, a queda da taxa Selic foi a grande propulsora para a mudança desse novo cenário. Como a taxa Selic serve de base para a numeração da maioria dos títulos investimento, sua redução fez com que investimentos antes considerados bons, deixassem de ser atrativos, principalmente os títulos de renda fixa e a poupança.

Agora nesse cenário com opções mais restritas para fazer um bom investimento, é preciso uma estratégia mais usada para montar uma carteira que proporcione um rendimento pelo menos superior a infração e o CDI. Para títulos de renda fixa o ideal é que o título pague pelo menos uma taxa de 200% do CDI ou a inflação do período mais um rendimento fixo mínimo de 2,5%, ou um rendimento que descontado o IR e a inflação fique positivo.

No caso da renda variável, as ações podem ser uma boa opção para este período, já que algumas empresas ainda têm papéis atrativos devido à crise do COVID-19, e agora pode ser uma boa hora para fazer uma entrada na bolsa, comprando ações de empresas sólidas ainda com possibilidade de ganho no curto, médio e longo prazo.

Os recursos da reserva de emergência podem permanecer em títulos de renda fixa como CDBs que pagam pelo menos 150% do CDI, que tenha liquidez diária e sem período de carência para resgate. Apesar do imposto de renda que incide sobre os CDBs, eles podem ser uma boa opção sobre outros investimentos que pagam apenas 100% do CDI, como as contas remuneradas ou títulos do tesouro direto.

Os LCI, LCA, LC apesar de não incidir imposto de renda sobre eles, só serão atrativos se pagar pelo menos 200% do CDI ou cobrir a taxa de inflação mais um rendimento de pelo menos 2% ao ano. Com a taxa Selic a 2% ao ano, a maioria dos investimentos que têm como base seu índice para rendimento, deixaram de ser atrativos. A dica para este período de incertezas econômicas é pensar não apenas no longo prazo, mas também curto e médio, na hora de decidir em que tipo de investimento vai aplicar seu dinheiro.

Pense antes de fazer seus investimentos, pense nas possibilidades, sobretudo, se você vai precisar do dinheiro apenas no longo prazo, até porque momentos como este da pandemia do COVID-19 não é possível prever, assim como uma emergência pessoal pode surgir e, você precisar do dinheiro. Como tem investimentos com período de carência para fazer o resgate, o dinheiro para reserva de emergência não deve ficar nesse tipo.

Lembre-se que o mais importante é começar, mesmo com pouco, se você ainda não investe, quanto mais cedo começar, mais dinheiro terá em sua aposentadoria e/ou em menos tempo para comprar algum bem de seu sonho. Não basta sonhar, é preciso fazer o sonho acontecer com atitudes concretas, economizando e investindo para realizar seus sonhos, invista com sabedoria!.


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